Tu dás-me outros assuntos; outros assuntos lembram-me de ti. Tu nem me falas, tu não me lês, tu não te interessas, mas, ainda assim, continuo a escrever sobre, para e por ti: tu és parte de mim, fazes tão parte de mim como um braço. Deixei-te enrolares-te em mim, entranhares-te em todo o meu corpo e agora és um braço invisível que me sai diretamente do coração! Só posso esperar que adoeças o suficiente para te amputar, tirar-te fora do meu corpo e do meu coração.
Eu já não quero mais nada contigo, apenas não quero esquecer-te, ia magoar-me; não me quero iludir ao dizer que não te amo, porque sei que amo, apenas sei que aprendi a amar-te de forma controlada. E não é que controle o meu amor por ti, apenas, pelo que vejo; nunca se esquece o primeiro amor, pois não? Nunca se esquece nem nunca se repete: é o mais sincero, mais bonito, mais cruel, mais impossível, mais selvagem e, para além disso, é como uma estrela que pode ser destruída, mas demora anos a desaparecer e, por vezes, nem consegue desaparecer e parar de brilhar uma vida inteira. Mas é uma história, isto de Amor, que nunca nos deixa.
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