23 de abril de 2011

Não tenho.

Montanhas de destroços em delicadeza, apertos incertos na profana adoração, caminhos turtuosos na intimidade atormentada, poros de incorruptível tristeza, noites pérfidas no cântico gélido, ossadas sangrentas no cubículo espacial, violinos de pranto e lamento, cavernas de podridão adornada, lâminas de veneno lunar, resquícios de aniquilação.
Tenho tudo isto.
Mas não tenho em mim a divindade tornada ser mortal.
Que possa ter exércitos de loucura e paixão.
Que possa ter por mim séculos de adoração.
Que possa ter sóis no lugar da minha desilusão.
Que tudo isso não me levará a angústia de não saber chegar ao teu coração.

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