16 de abril de 2011

Devido Valor?


Nos recantos da memória a saudade submerge, vai, vem, foge, vem. O isolamento surge, como primeiro instante e sente-se desapiedadamente. Não existe mudança, nem no desafio, nem no fácil. O bem abisma e o absorto sobrevém. O estranho fica longe do conhecido, e o que era parece já não ser, aliás já não o é.
Projectos desperdiçados, nostalgia pesarosa, verdade incondicional.
O novo encaixa-se, ocupa o velho, e cada hoje se renuncia no amanhã. É no hoje que o amanhã se reflecte, mas não é só o reflectir que interessa, mas sim o viver. Sentes? Sentes do que tenho saudade?
De uma casa isolada nos campos de trigo e ciprestes, com o vento do amanhecer, e a claridade dos raios de sol. Da cadeira de praia, gasta e embranquecida que baloiçava docemente. Quando o vento vinha, lançava suspiros, e lá ia ela … balançava novamente, mas agora, ferozmente, sem medo do amanhã e com saudades do hoje coabita.
Daquela alta árvore, com tronco de homem, poderosa e reluzente, no qual ninhos se amontoavam e ali permaneciam eternos, até ao nascer de uma nova vida.
Mas tudo era vida, envolvendo o suspirar do vento aos bichos da terra. Tudo é primoroso, mesmo que não haja devido valor!

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