10 de janeiro de 2011

Silencia.

É no declínio da vida que o fingimento aparece como uma voz silenciosa. 

Os sentimentos nus de alma deslocam o olhar para um abismo tenebroso onde a esperança se suicida e onde a razão para esperar o amanha foi perdida ao viver o hoje... 
Vivo diferentes mentiras onde nenhuma delas contêm a essência da vida... 
Tento abrir a minha mente para mais, 
para muito mais (tem que haver mais que isto na vida), 
e é gritando por mais que minha voz se perde no silêncio... 
Seguidor de sonhos e criador de imaginários eu perco-me numa fusão de euforia e desilusão... 
A demência torna-me inconstante, 
a escolha de um mero suicídio torna-se especial a cada lágrima que não choro e a cada grito que no horizonte não se torna eco... 
Amanhece entre quatro paredes pintadas de sombra, 
o olhar desperta e a imaginação dispara, 
esse reino de bonecas a que chamo silencia parece fundir-se com a realidade, 
a minha realidade perturbada onde imagino bonecas mudas rindo para mim e não de mim... 
As paredes parecem encolher a cada sorriso e minha pele, agora parece fragmentar-se a cada segundo que o meu mundo de bonecas se torna uma mentira... 
É bizarro... 
Dou por mim caído num chão repleto de cinza... 
O meu rosto está despedaçado e o meu olhar vazio... 
Nas minhas mãos o negro da cinza dá cor a minha pele pálida, onde um coração parece bater silenciosamente... 
As paredes da imaginação caiem e o reino de silencia ganha forma a cada batimento fictício de um coração de boneco... 
Expressões mudas e lágrimas cadentes decoram rostos não humanos mas de marionetas, 
tal como elas arame farpado me impede a vontade mas não impede minhas lágrimas de cair... 
Este é silencia o meu reino encantado repovoado de bonecas assombradas cujas expressões são vazias e suas vozes silenciadas...


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