Olho à minha volta,
Os cadáveres continuam a dançar aquela dança sádica, as bonecas continuam com
aquele seu riso tão cheio de melancolia e maldade.
Chego a duvidar se não há também vestígios de vingança naquele seu riso tão sarcástico.
Elas rodeavam-me, perseguiam-me.
Nesta luta, tudo se tinha invertido, agora não era o mundo exterior que me abatia,
agora era o meu próprio mundo imaginário que me matava.
Eu caí no chão, senti-o com lama ensanguentada, ao que se juntou as minhas
lágrimas formadas de melancolia.
Elas estavam-se a aproximar.
Olho para cima, para o imenso céu perfeito, e vejo a lua, uma grande e bela lua cheia.
O luar que emanava, iluminava todas as pedras tumulares existentes no meu belo jardim mortuário.
Tinha anoitecido.
Sentia medo que pela manhã seguinte, tivesse de reunir forças novamente para desfiar a luta contra os meus próprios demónios.

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