25 de janeiro de 2011

A Estrada.

Havia uma luz, ela brilhava num tom crepuscular.
Eu olhava em redor, apenas via umas grandes árvores em tons negros, talvez com dezenas de criaturas monstruosas nelas escondidas.
Nas minhas fábulas góticas, vinha um cavalo, um épico e fenomenal cavalo esqueleto, que me iria comandar até aos confins deste e de todos os outros mundos possivelmente existentes.
Aqui não, apenas havia eu e aquelas monstruosas árvores.
Cheguei, finalmente, depois de tantas épocas, à estrada.
Durante todo o meu caminho sempre me tinham dito que esta estrada levar-me-ia para além do meu imaginário, que eu aí iria poder ser o que desejasse.
Tinha chegado finalmente.
Era uma pequena estrada de pedra, com uns marcos de madeira avermelhada nas bermas.
Por baixo do fino luar, eu via uma luz.
Uma luz bem distante, mas que comparado com todos os longos séculos da minha existência aguardando tal momento, estava muito perto. Muito perto mesmo.
Olhava para o meu corpo semi-nu, repleto de feridas profundas, feridas que sentia que jamais iriam sarar.
Avançava até ao desconhecido, sem saber o que esperar, como agir, como o alcançar.
Mergulhei no desconhecido. 

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