14 de janeiro de 2011

Jardins Do Desespero.


Bastou apenas um momento para que as lágrimas se fundissem no céu… 
A fraqueza que me leva a sucumbir trouxe-me até aqui,
 
Aqui onde o nada impera e os sentimentos vagueiam livremente,
 
Rodeado pelo perdido, encontro-me rendido,
 
A tristeza de sentimentos nobres como amar e odiar aqui são meras flores de sonho e pesadelo,
 
Os jardins do desespero florescem com o triste toque do meu olhar…
 
A chuva reina e torna-se uma atmosfera romântica de um novo poema,
 
A solitária forma de ser regressa com cada pedaço de sofrimento que eu choro,
 
É o começar de uma vida cuja morte se antecipou e matou em mim o desejo de amar…
 
A sombra ganhou forma humana ao reflectir-me nesse mesmo céu,
 
O anjo envolveu-me e as suas palavras conquistaram o meu coração e os meus medos…
 
O anjo erguia asas negras onde os medos eram belas penas negras que agora me envolviam,
 
A sua voz silenciosa adormecia-me e o seu calor não humano conquistava-me,
 
Era o nascimento de uma morte anunciada…
 
A rejeição cresceu no seu olhar e a minha humanidade era uma mísera fragância nos seus sonhos,
 
Frágil e sonhador eu adormeci,
 
Um sonho que o prendia em mim enquanto dormisse,
 
Desejava não acordar mais…
 
Hoje acordei de um sonho que ontem me amava e que hoje não existia mais,
 
Aquele lugar onde o ódio floria não passava de uma bela paisagem de Outono…
 
As folhas caem e em cada uma delas um novo poema se encontra à espera de ser lido...
 
Quando assim for, imagina comigo esses jardins do desespero e sente comigo que tal como eu não estamos vivos em sonhos e mortos em realidades,
 
Apenas vivemos pesadelos em realidades que são o sonho de muitos…


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