26 de janeiro de 2011

A Flor do Mal.

Aqui estou uma vez mais...
Deixado para trás mais uma vez, encontro-me perdido algures entre o silêncio...
Tão distante, o meu pensamento envolve-se na solidão e dá origem à dor que me mata lentamente...
A mesma dor que me faz sentir vivo e me faz odiar por ainda a conseguir sentir...
Destroçado e abandonado, deixo cair o meu mundo aos pés da morte...
Apesar do silêncio ela olha-me...
Ela dá-me a mão e leva-me num eterno passeio cujo custo será a minha alma...
Entre jardins de flores do mal ela guia-me,
estátuas de anjos decoram este jardim mortuário onde as campas das memórias estão sepultadas...
Ela pede-me que veja o seu memorial e em cada uma delas está sepultada a minha existência...
Em cada momento que vivia a esperança perdia-se e o menino-anjo aqui sepultado não voltará mais e hoje apenas o demónio espera pelo teu silêncio...
A morte ganha a forma de uma linda menina cuja face é maldita,
a mesma menina que me faz chorar sempre que recordo o passado aqui sepultado...
Mas hoje é o presente e ela dá-me a mão e leva-me entre os túmulos e quando dou por mim sou criança de novo...
Vejo a menina chorar no meu olhar,
sei que o momento não é real mas um dia já o foi...
Hoje brincaremos neste jardim de túmulos onde o silêncio pouco importa pois não existem palavras para descrever o fim...
Eu esperarei por ti no mesmo silêncio em que me deixas-te...
Já não estarei vivo, mas nas minhas mãos encontrarás uma flor do mal que trouxe do meu imaginário para ti...


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