26 de março de 2011

May 13.

Prefiro lembrar-te de olhos fechados e não interessa se estou a dormir se estou acordado. Lembro-te de olhos fechados por assim, além de te lembrar a ti, lembrar o mundo que antes era bonito, também porque nas minhas memórias és mais bonito do que agora, tens aquele “não sei” quê que tu não conheces em ti, tens aquele sorriso. Não é que a tua diferença se veja com os olhos, pelo menos a que interessa, é que a mudança que falo só se sente com o coração. E tu não mudaste por não seres meu, nunca me culpes da tua mudança, porque no final gostaste dela, gostaste dela e do mundo que agora tens. Não é que eu não vá ser capaz de te ultrapassar, apenas tenho medo de te esquecer e este medo é irracional pois tu já me esqueceste e já faz algum tempo.
Eu não te posso esquecer, tu és a minha essência, foste tu que me tornaste no que sou, não a parte monstruosa mas a parte que agora escondo como protecção. Ser amado já não tem aquele sabor especial, não só por não seres tu, mas por não ser tão bom como o teu amor, nem tão bom nem tão profundo nem tão verdadeiro. E por outro lado, sinto-me obrigado a esquecer-te; a parte lógica fala alto mas o coração berra. Eu devo esquecer-te, mas não posso. Eu devo amar outra pessoa, mas não consigo. Eu devo deixar-te ir, mas não seria o mesmo e porquê esquecer-te e mudar, se te posso amar e ser a mesma pessoa?
Estou no máximo decidido e no mínimo confuso, acho que até estou no meio. Sinto-me feliz por te amar - porque agora sei controlar esse amor, sei amar-te sem te ter, sei não desejar o teu abraço a toda a hora, agora sei como escolher entre o meu bem estar lógico e físico, por isso escolho deixar um terço de mim amar-te - mas sinto-me triste por ser o único, por não te ter. É que torna-se complicado viver assim, no meio de nada onde antes estava tudo, no silêncio onde antes havia música, na dor onde antes havia amor.

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