Estava encurralado algures num corredor subterrâneo. Aquelas criaturas de deus, tinham-me feito prisioneiro. Agora a questão jamais seria se a minha vida acabaria ali, naquele vazio corredor, agora a questão era o que implicaria a minha tão aguardada, mas, no entanto neste momento tão receada morte.
Eu sabia que no meio de todo o ódio, indiferença e mais uns quantos sentimentos que sentiam por mim, no meio daquela manta de ódio, também foi tecida uma pequena parte (tão pequena que muitas vezes não a vira) de amor e talvez tolerância.
Pelo menos era assim que eu vivia (ou sobreviva), a pensar que no meio de tudo havia, uma pequena parte de amor e tolerância.
Os meus olhos, pintados de negro, manchados pelas lágrimas, não conseguiam ver. Talvez por culpa da enorme escuridão que se fazia sentir à minha volta, ou então foram de vez cegados pelos corvos cadáveres esvoaçando à minha volta. Não sabia, mas muito sinceramente não queria saber.
De repente, uma luz surge, e me fere os olhos.
Tinha umas asas de anjo acinzentadas violentamente cozidas nas minhas costas. Queriam tornar o demónio em anjo.
Bem ao fundo, estava um livro. Correndo em sua direcção dou de caras, com um estranho livro alquímico, de couro preto onde se podiam ler, numas letras desfocadas pelo tempo “Ultionem”.
Esse livro, quando aberto transmitiu-me uma força vital.
Na minha mente uma voz gritava “Vingança”.

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