Tentando suster a respiração a chuva oculta-me as lágrimas e a minha inspiração parte com teu olhar…
Aqui me encontro de novo divagando e deambulando em tuas memorias sombrias,
Sei que nelas sou apenas sombra mas pergunto-me se ainda vês esse meu coração negro batendo para te manter vivo em mim?
Esperava que fizesses do meu coração um lugar melhor mas apenas quebras-te o que eu tinha de real e hoje não passo de um coração artificial que bate em mim,
O ser mecânico cujo ódio pulsa em forma de sangue, envolve as veias das tuas memórias e leva-me a auto-mutilar apenas esperando que me abandones uma vez mais…
A esperança e as lembranças de outrora torturam a minha alma e o teu nome torna-se eco de uma obsessão que me leva a desesperar em cada segundo,
Esse derrame sentimental leva-me a gritar por esse demónio que me atormenta a existência…
A fé torna-se inútil e a cruz inverte-se perante mim,
A agonia transforma-se no mais belo sacrifício ao acreditar que o céu não é real e o inferno ganha extensão do seu reinado no lado negro do meu ser…
Perdoa-me por te esquecer e lembra apenas o ódio que te fiz sentir,
A dor final aproxima-me ao cortar todos os laços que te ligavam a mim, horrenda marioneta…
Perdoa a minha alma por uma vez mais te abandonar,
O caminho se estenderá na memória, mas os passos são o presente de um futuro negro onde amigo se torna desconhecido e onde o amor que sentia se tornará apenas um derrame sentimental que tal como os laços sanguíneos podem ser cortados pelas mais belas mãos de tesoura…
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