5 de fevereiro de 2011

Escuridão.

Durante intermináveis tempos foi a minha única amiga.
O tempo passou, de braço dado com ela construi épicas histórias, felizes e tristes, imaginárias e reais.
Nela construi um reino, denominado “silencia”, onde se riam para mim e não de mim.
Um facto, é certo, nunca me deu um sincero sorriso, mas outro mais certo ainda, nunca me deixou realmente ir ao fundo.
Ela estendeu-me a mão, mostrou-me o que há para além, tirou-me a felicidade, mas deu-me sabedoria.
E foi nela que passei de um monstro para um anjo.
Foi nela que passei de um menino para sangrento.
Mas, ninguém pode ousar dizer que a abandone, porque por mais triste que seja a vida, eu tenho uma, e a ela tenho de agradecer.
À escuridão, por me dar esta vida, tão injusta, tão infeliz e blasfémica, mas que apesar de tudo não deixa de ser uma vida.

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