14 de agosto de 2011

Amor Desencontrado.


O rapaz de olhos esverdeados, passa a sua vida toda a vaguear.
Por todo o lado passa e a nenhum lugar pertence,
Por mais exaurido que esteja, nunca deixará de procurar
Por um lugar debaixo das estrelas onde, finalmente, conseguirá sonhar.

A rapariga de olhos azuis está para sempre apaixonada
A cada dia, juntando mais uma moedinha para poder embarcar
Naquela viagem, a que pelos sonhadores é a mais desejada
Até à sua terra encantada.

Há um rapaz que está apaixonado, mas por quem está não sabe.
Leva os dias a pensar e as noites a escrever,
A escrever os mais belos sentimentos e as mais doces palavras
Em cartas que jamais serão enviadas.

Há uma rapariga que procura, apenas procura pertencer.
Ter alguém especial a seu lado com quem possa adormecer,
Poder sonhar, sem ter de recear o despertar
Pois quando abrir os seus olhos, ele ainda vai lá estar.

Há um rapaz que está cansado, fartou-se de tentar.
Arranjou baús e encheu-os com os seus sonhos
Para onde quer que vá, leva-os como numa procissão,
Anuncia: “Meus já não são. São de quem lhes lançar a mão.”

Há uma rapariga que tem uma força impossível de se ver.
Presa numa batalha constante que mais ninguém consegue entender
Ninguém a conhece realmente, ninguém acreditaria se lhe fosse contado,
No dia prometido todos a verão, a brilhar mais do que um céu estrelado.

Há um rapaz que chora sem deixar cair lágrimas algumas
Ensinado a não mostrar dor, a se fortalecer para esconder a amargura
Tão perfeito o disfarce e tão pura a cura,
Que ninguém vê que está preso na própria armadura.

Há um rapaz e há uma rapariga e ambos estão à procura.
Procuram-se um ao outro mas isso, ninguém lhes disse.
Cruzaram o caminho um do outro certo dia; depois dum sorriso partilhado
Seguiram caminhos diferentes, continuado à procura do que já haviam encontrado.

1 comentário:

Anónimo disse...

está lindo!