20 de julho de 2011

O Tempo.



Estranho, como o tempo passa.
O tempo passa, e nem se dá por isso.
Estranho que os nossos sentimentos são os mesmos, mas nós mudámos tanto que até de nós próprios somos desconhecidos.
Os ossos outros “eus”, que ficaram retidos no passado choram por nós.
Choram pelo esquecimento, pelo tempo que passa e nem se dá por isso.
E nós rimos do que fomos, de como éramos, e do que fizemos.
Rimos de nós.
Chorem por vocês mesmos, não esqueçam os vossos outros “eus”.
São muitos “nós”, são muitos “vocês” no espelho da vida.
Não passes por ti mesmo, sem te reconheceres...
Corremos na nossa própria vida, por vezes sem lugar para uma pausa.
O tempo passa, e nem se dá por isso.
Passam-se os anos, e ninguém nota.
Quantos anos passaram até que pensássemos nos anos passados?
Tantas vezes que nos vemos ao espelho e não notamos.
O que é que agora é diferente? O que é que mudou?
Serão as marcas? O olhar mais maduro? A altura? Ou simplesmente o facto de não darmos pelo tempo passar?

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