
Eu penso, vivo e sinto.
Tenho todo o tipo de emoções ao longo dos dias, meses e anos.
Sei-me controlar, geralmente. Consigo adaptar-me às mudanças, mas mantenho sempre um pedaço de mim intacto. Resisto às pessoas, todas as que me querem mudar simplesmente porque acham que é o certo, mas não resisto a quem faz isso com o objectivo do meu bem. Luto contra tudo o que acho que pode deturpar ou corromper a minha alma e principalmente a minha mente. Penso muito nas coisas antes de fazê-las, embora por vezes me esqueça disso e seja impulsivo.
Sou indeciso, mas muito decisivo na maioria das situações. Não consigo decidir facilmente que roupa usar para sair, mas sim qual caminho seguir; não escolho rapidamente decidir qual o é livro que vou ler, mas não demoro a ter uma posição em frente a uma discussão. Não mudo de opinião sem muito esforço e argumentos da parte de quem tenta convencer-me, e quando mudo, defendo a nova opinião como defendia a antiga.
Sou orgulhoso a respeito de muitas coisas e inseguro quanto a muitas outras. Ninguém tira de mim uma certeza interior, que eu tenho sobre mim mesmo; para alguém fazer com que uma insegurança caia em mim irá demorar bastante, mas não é impossível. Somente pessoas que eu amo o podem fazer.
Acho que chorar é óptimo, mas agora não choro muito. As minhas lágrimas já me denunciaram muitas vezes, e já feriram aquele meu orgulho de formas muito dolorosas; com isso, comecei a parar de chorar, a canalizar os sentimentos negros para um sorriso, por mais falso que seja. Posso parecer extremamente frio numa situação em que seja extremamente necessário. Eu simplesmente não vou chorar. É claro que às vezes isso perde-se, e um ataque de choro pode aparecer inesperadamente, mas isso só acontecerá após bastante tempo de controlo. A vida fez-me esquecer de como chorar. Não sou frio, porém; ainda sinto o mesmo que antes, ainda tenho o mesmo turbilhão dentro de mim; só não o demonstro, o que tanto causa mais dor como mais satisfação. E, novamente, só com as pessoas que eu amo é que consigo chorar livremente. Porque o amor, quando verdadeiro, é sempre maior que o orgulho.
Não sinto raiva muito frequentemente. Sinto tristeza, desilusão e solidão, por vezes. Mas geralmente sinto-me feliz. Tenho coisas e pessoas boas à minha volta, sei reconhecer isso e considero-me feliz. Um pouco complicado, mas feliz.
E agora não estou a escrever isso sobre uma personagem, como geralmente faço. Sou eu. Acho que apenas escrevo isto com o objectivo de me conhecer melhor, outra parte de mim que ainda me seja desconhecida... E acho que muitas pessoas se identificam com algumas partes deste texto, pois sou, afinal, apenas mais uma entre tantas mentes e corações, e ainda assim, completamente único, como todos os outros.
Ainda há muito, muito mais sobre mim que vocês não sabem e que eu mesmo ainda irei descobrir. Sinto mais coisas, divago muito mais do que deveria e talvez ame com mais intensidade do que deveria ser possível.
Mas hoje, fico-me por aqui. Não quero mais pensar em mim. Quero viajar em outras mentes, outros mundos, outras preocupações. E aconselho a todos que o façam sempre que possam, pois estar o tempo todo dentro da realidade do mundo e de si mesmo, é mais insuportável do que qualquer outra coisa.
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