
Ela achou que ele lhe lembrava um solo de piano.
A voz rouca que entrava nos seus ouvidos entorpecia a sua mente.
Não ouvia nenhuma letra, apenas a melodia entrava em cena.Parecia uma melodia triste, mas era quase carregada de esperança, de sonhos.
Como se tudo fosse melhorar depois do refrão.Imaginava os rostos de quem havia pensado em algo tão bonito. Um génio sem antecedentes, sem sombra de dúvidas.
O ritmo crescia, e a letra entrava agora em cena sob forma de melancólicos actos de amor... Os solos de guitarra pareciam querer agredir a tristeza que circundava a música.
Era sobre o inverno; uma letra que fora escrita na neve, na neve ensanguentada.
A melodia recomeçou mas agora o som soava incrivelmente diferente: era estranhamente semelhante ao barulho do vento.
Agora o objectivo é criar fogo no meio da tempestade.A segunda melodia era mais vibrante, como uma lufada de ar fresco no calor de Agosto. Tristeza superada.
O novo solo lembrou-lhe uma prazer carregado de traição.
Ritmo renovado, quase sensual... A voz era misteriosa, como se trouxesse um segredo em si.
Neste momento, ela foi congelada pelo amor, paralisada pela voz.
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