Cheguei e fechei a porta atrás de mim como se de lá de fora nada, nem ninguém, me pudesse magoar. E desejei ficar, simplesmente ficar ali do lado de dentro da porta, agora fechada à chave. Era o meu refúgio, o meu poder de escapar às investidas da Vida… e dos Homens. Açoitado pela crueldade, pela ganância e inveja de alguns…deixara de crer em todos. Lá fora tudo me é hostil.
Lá fora eu não compreendo, não sei mais do que aquilo que vejo ou ouço: sorrisos e palavras fáceis. São mantos que escondem arrogância, malícia e mentira. A essência não é mais que podridão. Todos se enganam e enganam-se uns aos outros: pactuam com a mentira, com a hipocrisia: e quando o incauto menos espera é quando sobre ele caem os que há pouco lhe faziam juras de amizade eterna.
Não… não compreendo… e fecho a porta atrás de mim. De fora vêm apenas os ruídos longínquos de um ou outro carro que passa. Mas eu estou seguro, agora. Porque me fecho dentro de mim. E a porta está fechada e eu estou do lado de dentro da porta.
25 de junho de 2011
Segurança.
Publicada por
Blood Angel
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