27 de junho de 2011

A Vingança dos Guerreiros.

Há muito tempo atrás, quando ainda não existiam brasões dos quais se orgulhar e as tapeçarias não contavam os feitos dos heróis, nasceu uma nação, onde o seu povo buscava a imortalidade. Assim nasceu a maldição. O tempo passou e veio a guerra. Nenhum humano ficaria imune aos guerreiros bebedores de sangue, mas havia um outro inimigo a ser vencido, tão forte e inevitável que não houve luta, apenas o seu nascer esplendoroso, que queimou cada um daqueles seres amaldiçoados, até restar um único grupo que, ao ver o que havia restado daqueles guerreiros malignos nos seus corações mortos, alcançou algo que parecia impossível, o poder de permanecer sob a luz. Eles fugiram pelas trevas e juraram fazer a sua raça crescer, amaldiçoando também os humanos. Por centenas de anos eles vaguearam pelo mundo e criaram um pequeno exército de guerreiros invencíveis, que confiaram quando não deveriam. Foram traídos e banidos para as terras de gelo. E veio a vingança. Durante anos os guerreiros lutaram pela sua existência, até que restou apenas um, cujo nome se perdeu no tempo, mas que por séculos chamou-se Alexander, o Tenebroso. Ele vagueou durante anos, seguido pelos seus servos que permaneceram fiéis até encontrar um valente soldado que trazia uma rosa no seu escudo. O soldado acolheu os malditos sem saber que assim selava a própria destruição. Alexander apaixonou-se pela filha do soldado tendo com ela quatro filhos. A três deles foi concedida a maldição e o quarto, que originou a morte da própria mãe, foi entregue aos cuidados da avó e permaneceu humano para que o sangue da rosa sobrevivesse através dos séculos. Aos três amaldiçoados foi dada uma missão: caçar os traidores do pai, que haviam espalhado pelo mundo o seu sangue maldito, e eles o fizeram através das fronteiras e das muralhas. Cada um deles formou seu próprio grupo de assassinos, e assim nasceram as três rosas: Branca, Negra e Rubra.

O tempo passou, mas a Rosa permaneceu na memória daqueles que ainda possuem a alma e o sangue dos guerreiros de outrora.

Cry For The Moon.

25 de junho de 2011

Saudade.

«Lá fora o vento
Nem sempre sabe a liberdade
A gente finge
Mas sabe que não é verdade
Foge ao vazio
Enquanto brinda, dança e salta
Eu trago-te comigo
E sinto tanto, tanto a tua falta»

- Mafalda Veiga.

Segurança.

Cheguei e fechei a porta atrás de mim como se de lá de fora nada, nem ninguém, me pudesse magoar. E desejei ficar, simplesmente ficar ali do lado de dentro da porta, agora fechada à chave. Era o meu refúgio, o meu poder de escapar às investidas da Vida… e dos Homens. Açoitado pela crueldade, pela ganância e inveja de alguns…deixara de crer em todos. Lá fora tudo me é hostil.
Lá fora eu não compreendo, não sei mais do que aquilo que vejo ou ouço: sorrisos e palavras fáceis. São mantos que escondem arrogância, malícia e mentira. A essência não é mais que podridão. Todos se enganam e enganam-se uns aos outros: pactuam com a mentira, com a hipocrisia: e quando o incauto menos espera é quando sobre ele caem os que há pouco lhe faziam juras de amizade eterna.
Não… não compreendo… e fecho a porta atrás de mim. De fora vêm apenas os ruídos longínquos de um ou outro carro que passa. Mas eu estou seguro, agora. Porque me fecho dentro de mim. E a porta está fechada e eu estou do lado de dentro da porta.

23 de junho de 2011

A Vida.

"Depois de algum tempo aprendes a diferença, a subtil diferença entre dar a mão e acorrentar uma alma. E aprendes que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre significa segurança. E começas a aprender que beijos não são contratos e presentes não são promessas. Acabas por aceitar as derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança. E aprendes a construir todas as tuas estradas de hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão. Depois de algum tempo aprendes que o sol queima se te expuseres a ele por muito tempo. Aprendes que não importa o quanto tu te importas, simplesmente porque algumas pessoas não se importam... E aceitas que apesar da bondade que reside numa pessoa, ela poderá ferir-te de vez em quando e precisas perdoá-la por isso. Aprendes que falar pode aliviar dores emocionais. Descobres que se leva anos para se construir a confiança e apenas segundos para destruí-la, e que poderás fazer coisas das quais te arrependerás para o resto da vida. Aprendes que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias. E o que importa não é o que tens na vida, mas quem tens na vida. E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher. Aprendes que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos mudam, percebes que o teu melhor amigo e tu podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobres que as pessoas com quem tu mais te importas são tiradas da tua vida muito depressa, por isso devemos sempre despedir-nos das pessoas que amamos com palavras amorosas, pode ser a última vez que as vejamos. Aprendes que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos. Começas a aprender que não te deves comparar com os outros, mas com o melhor que podes ser. Descobres que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto. Aprendes que, ou controlas os teus actos ou eles te controlarão e que ser flexível nem sempre significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, existem sempre os dois lados. Aprendes que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer enfrentando as consequências. Aprendes que paciência requer muita prática. Descobres que algumas vezes a pessoa que esperas que te empurre, quando cais, é uma das poucas que te ajuda a levantar. Aprendes que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que tiveste e o que aprendeste com elas do que com quantos aniversários já comemoraste. Aprendes que há mais dos teus pais em ti do que supunhas. Aprendes que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são disparates, poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso. Aprendes que quando estás com raiva tens o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel. Descobres que só porque alguém não te ama da forma que desejas, não significa que esse alguém não te ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprendes que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes tens que aprender a perdoar-te a ti mesmo. Aprendes que com a mesma severidade com que julgas, poderás ser em algum momento condenado. Aprendes que não importa em quantos pedaços o teu coração foi partido, o mundo não pára para que tu o consertes. Aprendes que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, planta o teu jardim e decora a tua alma, ao invés de esperares que alguém te traga flores. 
E aprendes que realmente podes suportar mais...que és realmente forte, e que podes ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que tu tens valor diante da vida!"

- William Shakespeare

Alone.

PC110115_largeI’m alone in the world.

21 de junho de 2011

Acabou.

O mundo circulava, rodava sobre si mesmo, num tom invernal. Contudo, naquele pedaço de tempo, o Sol saboreou a nossa pele, a nossa alma e aqueceu, iluminou tudo. Bem sabes que as pessoas circulavam envoltas nos seus casacos, aconchegando-se ligeiramente na roupa que envergavam, na azáfama do tempo. Mas nós, estávamos despojados de tudo, num outro universo, só nosso,  que o Sol aquecia. Foi reconfortante, sabes? Foi bom ver que apesar da nuvem gigante e pesada que se agarrou a nós se foi embora, subtilmente. Senti-me bem longe de tudo e de todos, só contigo, algures. Não importa onde; não importa quando. Só tu importas.

19-05-2011

Tenho pena, mas palavras como estas não voltarão. Acabou.

Help Me.

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Save Me.

20 de junho de 2011

Anjos Caídos.

Grita! Berra! Nós somos anjos caídos!
Nós somos o meio-termo, como órfãos que perderam os seus pais na guerra. Estamos divididos entre uma morte no Céu e uma eternidade só no Inferno.
Segue as estrelas visíveis neste teu novo planeta, deixa a escuridão se arrastar, deixa-te levar.
Acredita, não temos para onde ir, ninguém nos quer bem.
Por mais que saibas que estas asas são falsas, e que a blasfémia cresce no teu peito como a glória de um soldado desconhecido, grita! Berra! És um anjo caído, e por mais que te iludas, a sociedade não te vê.
Grita! Berra!

Sobrevive.

Segue em  frente. Sobrevive.

19 de junho de 2011

Eterna Procura.

 

Viajei por galáxias inteiras. Subi as montanhas mais altas e desci às fossas mais profundas. Percorri os cantos todos do universo. Calquei as impossibilidades da imaginação e vasculhei as profundidades da mente humana. Incansável. À busca de respostas. À busca de significados. Tanto procurei... Mas apenas encontrei mais perguntas. Voltei depois da minha busca apenas para descobrir que as minhas respostas estavam todas dentro de mim. Porque, na maior parte das vezes, as coisas estão sempre no último sítio que procuramos e quase sempre logo à vista.

A Religião.

 

«Nenhum homem que tenha vivido conhece mais sobre a vida depois da morte que tu ou eu. Toda a religião simplesmente desenvolveu-se com base no medo, ganância, imaginação e poesia.»  -Edgar Allan Pöe.

Imagine.

«You may say

I'm a dreamer

But I'm not the only one

I hope some day

You'll join us

And the world will be as one»

Pain.

Do you like pain?

14 de junho de 2011

Bleeding.

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Nada Voltará.

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É incrível como as pessoas que por momentos moldaram um sorriso tão sentido no meu rosto, agora apenas me fazem derramar lágrimas sofridas.

11 de junho de 2011

Tempestade.


Naquela divisão, ele deitou-se, cerrou os olhos para não assistir ao desfile de ausências e às imagens que teimavam em embalar o seu sono. Nessa divisão às escuras, o silêncio deitou-se na cama ao seu lado e aconchegou-se ao seu peito, sussurrou-lhe que todas as horas eram iguais e que de todas as noites, esta era apenas mais uma. Mais uma noite igual a tantas outras.
Ao seu lado na janela o som da chuva nas vidraças gritavam como se estivessem a encenar os passos que ele queria ouvir. A chuva que em suaves murmúrios começou por anunciar a sua chegada. A respiração ofegante, o silêncio incauto e a chuva lá fora. Como se o mundo dos seus afectos pudesse ser menos árido para lá do vidro.
A mesma sucessão de pensamentos e de recordações em vagas múltiplas como os pingos de chuva que se desfaziam no vidro lá fora numa intensidade crescente... Prenúncio da tempestade de emoções ainda por vir. 
O desassossego, a inquietude e bátegas violentas. A tempestade instalara-se lá fora e no seu interior também. O ribombar dos trovões e a raiva acumulada faz com que ele grite com toda a alma do seu ser. Chuva e mais chuva ainda e o vento agora abriu a janela de par em par. A grande tempestade acabou de começar.

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1 de junho de 2011

Eu.

Se com uma única palavra eu pudesse ouvir o silêncio de um nada, como se o vento vindo do imaginário decidisse gritar gentilmente mas só sentisse o frio ou a brutalidade da ausência de um toque que equiparado à silenciosa palavra cansa-me as cordas vocais por não conseguir dizer o que não ficou na história das mágoas que tocaram e que por vezes vêm em forma de visões intocáveis.
Mas está tudo bem, porque o que me faz continuar a flutuar é a estranheza daquilo que não se vê, mas sente-se, do que não se pode tocar, mas do que consigo sentir no ar.
É muito mais que tudo isto… é tudo, mas também o nada.
Sou eu.