Tudo me vem à memória, cada passagem da minha vida chega-me aos olhos como se estivesse a marcar presença, como se nos quisessem relembrar de que o passado nos assombrará sempre no futuro quer queiramos, quer não.
Imagino-me a percorrer essa rua sozinho. Imagino-me a ter de enfrentar os pesadelos, sem ninguém ao meu lado para me segurar a mão. Imagino-me a viver uma vida de solidão e de dor, perdendo todas as lutas que me vão aparecendo pela frente.
Sinto que algo me puxa para o vazio, algo mau, algo poderosamente cruel.
Deixo-me levar. Afinal, estou saturado de uma vida perdida, sem sentido algum. Penso que nada vale a pena, pretendo desistir de tudo.
Até que, finalmente, sinto alguém a agarrar-me, e a elevar-me do abismo onde me encontrava. Consegui. Sinto-me realizado. Tudo faz sentido agora, contigo ao meu lado. A sociedade precisa de saber o que é amar para deixar de se preocupar com futilidades, com pormenores sem a mínima importância. Tudo seria mais belo. O mundo teria paz. A guerra terminaria. Afinal, porque queremos governar o mundo se nem nos conseguimos governar a nós próprios?
A humanidade cairá na sua própria armadilha, enquanto os sonhadores observam o mundo a desvanecer-se e se reúnem para assistir a um final feliz nesta história de loucos.
Sem comentários:
Enviar um comentário