O dia era chuvoso, como que todos os anjos renegados
chorassem pelo blasfémico pecado da indiferença. A cor do céu era semelhante às
filas de sepulturas que estavam ali perante eles. Via-se uma fina camada de
nevoeiro até a linha do horizonte, sem que um único vestígio de esperança se
fizesse sentir perante o clima melancólico fortemente imposto pelos gritos
agoniantes dos espíritos marcados pela revolta.
Saphira, tivera completado a maioridade no dia anterior, os
seus dezassete anos. Possuía uma beleza inumana, pálida como a neve de
Dezembro, um corpo esguio e perfeitamente moldado pelas curvas femininas
demasiado belas para uma simples mortal. Os seus olhos eram de um azul tão
inocente como o céu do paraíso, rodeados de uma carregada maquilhagem negra e
os seus cabelos eram de um negro tão sombrio como breu, de um liso perfeito,
acariciando-lhe o corpo até às ancas. A face estava agora com uma marca negra
resultante de uma lágrima derramada. A sua beleza sobrenatural era
completamente contrária aos seus sentimentos, esses de uma humanidade extrema,
de uma tristeza sepulcral.
Trevor, vivia agora os seus confusos quinze anos. A ele, não
era a beleza que o fazia destacar-se. Era a sua inteligência, o seu olhar
expressivo. Um olhar que daria esperança, certamente, a qualquer alma com uma réstia
de vida. Transmitia a beleza humana. A beleza do pensamento, do sentimento e da
natureza. A beleza de um ser sofrido, um ser com sonhos, com esperança. O seu
cabelo encaracolado de um castanho vivo, chegava-lhe aos ombros e o seu corpo
era mediano. Não era sensual, apenas belo.
Os olhos inocentes de Saphira interceptaram-se com a
esperança emanada pelo olhar de Trevor. Ambos eram sofridos, de maneiras
diferentes, por razões distintas. Ela tinha o olhar de quem sonhava mudar a
humanidade. Ele tinha no olhar uma esperança inequívoca de que a humanidade
mudasse. Os seus olhares prenderam-se um ao outro de forma inexplicável. Era, para
ambos, a primeira vez que o calor da compreensão lhes dançava na alma.
Nesse momento, o coração de Saphira acelera compulsivamente
e o respirar de Trevor silencia-se como se o ruído da respiração ameaçasse
arruinar aquele momento.
Nesse instante, um ameaçador trovão quebra a escuridão
instalada naquele jardim mortuário e a chuva começa a cair compulsivamente.
16 comentários:
Amo, como amo todos os outros.
ly.
Obrigado :)
Lindo +.+
btw o Trevor é um pouco o teu retrato ;3
está perfeito meu anjo (: nota.se que exprimes perfeitamente os teus sentimentos nessas personagens, e demonstras que tens muitos conhecimentos a nivel literario e de dominio de vocabulario :D tens tanto talento <3 beijoo :3 sabes que te amo <3
Muito bom!
Já tinha bastantes saudades de ler os seus textos! Continue!!!
no titulo tem parte 1, vai ter continuaçao? Se sim, quando???
Conheci hj o teu blog e estou rendido, escreves tao bem!!! escreve mais!!! cumprimentos
Está horrível, simplesmente, não sabes escrever. És uma vergonha para a nossa sociedade xD sabes que estou a ser irónica não sabes??? xD Agora vou ser honesta e sincera: Amo a tua história... Está linda, tens imenso talento.
ñ o desperdices por favor :) Ansiosa pelo resto da história :D beijinhos Rita <3
É incrível o teu talento!
É óptimo perceber que ainda existe pessoas sensíveis, que pensem!
Gosto muito. Continua e tens futuro. Pr. P.
Amei, está lindo, mesmo!!!!
Para quando a continuação? Estou ansioso!!
Podes dizer o nome da música nova do blogue? É que o meu pc não permite ver vídeos e não consigo ver!!
Muito obrigado a todos :)
Metamorfo, devo postar a continuação esta semana, mas ainda não sei ao certo quando. A música chama-se Memories e é dos Within Temptation.
Talento em pessoa. Estás de parabéns!! Continua
Obrigado :)
Continua assim meu bem *-*
Tu escreves lindamente <3
Os teus textos fazem-me pensar profundamente!
Ameiiiiii <3
SophieGonzalez*
Hey bby, gostei IMENSO.
continua. miss you *
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