Enquanto te vejo dormir, pergunto-me se será possível. O
vento levou contigo os viajantes incómodos, áridos e poeirentos que faziam bater o meu coração. Ao mesmo tempo, como criança que desliza lentamente por trás de nós
para nos assustar e corre quando está perto, assim me assolou a essência que
teimava em escapar-se pelas minhas mãos soturnas e pouco esperançosas.
Não me resta outra solução que não fitar os teus lábios
finos de banda desenhada, os teus olhos de doce lunática, os teus cabelos de
revolto castanho, o teu corpo torpe e esguio. Faço-o como se o amanhã os
despisse dos adjectivos e os deixasse apenas lábios, olhos, cabelo, ordinários
e vulgares. Olho convencido de que a luz não vai nunca voltar a espreitar pela
fresta da portada da janela e ranger mais uma vez um sonoro “bom dia”.
Mas vai. Há tanto para fazer lá fora… Fora de nós, num mundo
sem pausa ou paragem possível. Felizmente, os momentos são efémeros, mas a
memória é bastante poderosa. Por causa dela, aqui estou, sozinho e longe, a
lembrar-me do quanto te amo.
9 comentários:
Lindo!
Alguém que escreve assim é, com certeza uma pessoa excelente, de valores!
Cada vez pões mais sentimento no que escreves. Muitos parabéns. E continua!
Sim, claro, se não te importares. Já mandei um e-mail.
Muito bom!
Tens futuro :)
Muito, muito obrigado a todos :)
Ai que bónituuu!!! +.+
Acho que isso foi pra uma menina cujo nome começa por "J".
True??? :p
Não.
Amo-te meu anjo $:
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